A solitude do caminho dourado havia consumido por completo meu corpo e parcialmente minha alma. Nunca estive tão em casa. Odiava estar em casa. Não sentia a minha casa. Os cabelos castanhos desafiavam o senso lógico e por isso foram apagados com uma borracha velha. Talvez tenha sido para chamá-lo.
Ele veio. Estava na torre criada pela minha mãe, guardada por um dragão de três cabeças. Ele veio uma vez, depois mais algumas vezes. Disse coisas lindas. Eu o levei para os maiores bailes do reino e o apresentei aos mais grandiosos reis do Império. À ele, reservava o prazer insatisfeito. Era um acesso único à um mundo novo, mas sombrio.
Eu o cortei com uma espada de aço e o enterrei nos fundos do meu castelo. Acima de seu túmulo, realizei orgias com os mais lindos do reino, deixei o tímido dragão colocar o seu rabo inteiro na minha cuceta. Foda-se o príncipe.
Talvez eu devesse pintar o cabelo.